quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Projeto para ocupação do Casarão dos Veronese - Imóvel tombado pelo IPHAE/RS

PARTE TÉRREA





SALA DA UVA E VINHO

- grande mesa de centro, sob bordalezas de vinho:
- 30 cadeiras, em madeira, com palha
- junto à parede, pipas de diversos tamanhos, utensílios usados para a moagem da uva, transfega, cestas, bigol, mangueiras antigas, peneira, batoques,
- bordalezas para mesas de apoio
Destinação da Sala: local para a realização de refeições, coquetéis, reuniões para grupos menores.

2. COZINHA

- fogão tipo mineiro, feito em tijolo e só com a chapa de ferro, utilização da antiga chaminé para saída de fumaça. (Acho que fogo do chão, meio difícil e com poucas possibilidades de uso. Pode-se até informar, que havia naquele local um fogo de chão.
- Uma pia de granitina, com balcão para guardar o material de cozinha, mais um balcão tipo americano. Pode-se usar a madeira que vai ser retirada dos assoalhos, para fazer estes móveis.
- Uma fogão à gaz, com seis bocas
- Uma geladeira, biplex
- Uma mesa de centro para preparação dos alimentos
Destinação da Sala: local para a preparação de alimentos, coquetéis, reuniões para grupos menores. Pode-se fazer pinhões na chapa, batata doce, polenta brustolada, reunião ao redor do fogão.

3 – SALA BAR E TENDA
- Vários balcões de parede, com prateleiras, um balcão com tampa,
- Balcões frigoríficos para refrigerantes e água mineral e sorveteria.
Destinação da Sala: local para a venda de produtos coloniais, tipo salame, compotas, vinhos, queijos e outros produtos coloniais e venda de refrigerantes, água mineral, sorvetes.

4 – SALA DO TRIGO/PÃO
- Máquina de “Bater el formento”, marca Eda,
- Instrumentos como foicinha, sacos com trigo e farinha, máquina de fazer massas, máquina de amassar o pão, forno para assar o pão...
- mesa com pão artificial
- dressa, chapéus e cestas de palha de trigo...
- Fotos ampliadas de trabalhos da Universidade de Caxias do Sul
Destinação da Sala: local para a exposição que tem como tema o trigo e o pão.

5 – SALA DO MILHO/POLENTA

- Montagem de um moinho com as mós de pedra,
- Máquina de plantar milho, máquina de moer o milho, espigas de milho, sacos com milho,
- Enchadas, arada puxado à mula,
- Uma mesa com uma polenta artificial,
- Fotos ampliadas de trabalhos da Universidade de Caxias do Sul
Destinação da Sala: local para a exposição que tem como tema o milho e a polenta.
6 – INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E DEPÓSITO
Fazer duas portas de entrada. Sanitários lado esquerdo
Dispensa, lado direito.
- Sanitários masculinos e femininos
- Pequena sala para guardar mantimentos e bebidas
- Prateiras e mesa.

2º ANDAR CASARÃO


7 – MEZANINO

- Diversas poltronas, feitas em madeira, ou utilização de trabalhos em bordalezas cortadas. Sala de acolhida para a sala de reuniões, no piso superior.
- Balcão para venda de ingressos, telefone,
- Mesas para cafezinho, água mineral
Destinação da Sala: local para recepção a visitantes, participantes de palestras, shows, e exposições temporárias.
8 – SALA DE GUIDO MONDIN
- Exposição de material escrito, ampliação de alguns quadros da Via Sacra, e um quadro original do pintor, oferecido pela família.
Destinação da Sala: local para a exposição que tem como tema o pintor Guido Mondin, autor da Via Sacra de Otávio Rocha
9 – SALA DE RECEPÇÃO DOS CAMINHOS DA COLÔNIA
Abrir uma passagem do mezanino para o quarto nº 9.
- Mesa de trabalho,
- Balcão
- Prateleira
- Telefone
- Fax
- Computador
- Três cadeiras
- Cadeira de trabalho, com braços
- Fotos ampliadas dos atrativos dos Caminhos da Colônia
- Arquivo e exposição de artigos e materiais que dizem respeito aos Caminhos da Colônia.
Destinação da Sala: local de fácil visualização da chegada de excursões, ou visitantes, atendimento de telefone, internet, sede da rota Turística Caminhos da Colônia
10 – SALA FAMÍLIA VERONESE
- Exposição sobre a família Veronese
- Ampliação de fotos;
- Livros, roupas, recortes de jornais
- Exposição de material de química, como vidros, frascos, produtos da
Firma Veronese
Destinação da Sala: local para a exposição que tem como tema a família Veronese, construtora do prédio e a firma Veronese instalada em Caxias.
11 – O QUARTO DA FAMÍLIA
- recriar o quarto de uma família italiana,com cama de casal, quarda-roupa, bidês, espelheira, cama de criança, penico, roupas de cama, colchão de palha,
Destinação da Sala: local para a exposição de objetos utilizados num quarto de família italiana.

3º PISO E ENTORNO DO CASARÃO




12 –ANFITEATRO
- Instalação de palco, camarins laterais
- Cortinas
- Tela para projeção de filmes
- Retro-projetor
- 100 cadeiras móveis, ou mais conforme o espaço
- iluminação especial para espetáculos teatrais
Destinação da Sala: local para a realização de reuniões, apresentações artísticas, exibição de filmes, local para recepção dos visitantes com exibição de documentário sobre o Casarão, família, como foi o restauro, antes de iniciar a visita.
13 – MOENDA
- Montagem de uma moenda de cana de açúcar. FeliceVeronese, deve ter observado através do seu contato com os imigrantes alemães como faziam cachaça com a cana de açúcar e montou também a sua moenda.
- A moenda deverá ser coberta por telhado redondo.
Destinação da Moenda: local para a observação como era feita a extração do mosto da cana de açúcar, moenda movimentada por um animal.
14 – FORNO A LENHA
- Recriação de um forno à lenha
- Ao seu lado, recriar uma fonte de água onde era lavada a roupa
Destinação do local: local para a feitura de pães, cozidos com a utilização de lenha. E mostra como era a lavagem de roupas pelas mulheres da colônia.

15 - ALAMBRIQUE
- em frente à saída da antiga Vinícola, a recriação de um alambique para a feitura de graspa, com a utilização das sobras da feitura do vinho.
Destinação do local: local para a verificação de como era feita a graspa .

16 – CAPITEL DE SANTO ANTÔNIO

- Reconstruir o Capitel de Santo Antônio, em madeira, no entroncamento das estradas de Santa Justina, Linha 60 e Otávio Rocha, fruto de promessa dos primeiros imigrantes.
Destinação do local: local para a observação de um capitel, cumprimento de promessa.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

UM CASARÃO PARA PRESERVAR...


... Um dos imóveis mais expressivos do nosso município, tombado pelo IPHAE em 27/11/1986, erguido com os braços fortes e as cabeças empreendedoras dos nossos imigrantes, vai se esvaindo nas mãos do tempo...
Não podemos deixar de considerar as inúmeras iniciativas de muitas pessoas que acreditam no valor histórico e cultural de sua existência e que muito fizeram pela sua restauração, mas ainda não foi suficiente. Sabemos que são as pequenas ações individuais e coletivas que transformam o mundo, por isso, depois de tanto empenho, é hora do casarão receber as verbas necesárias para que não se torne uma ruína.
Fica nosso apelo, para que se faça algo de concreto e se torne aquele significativo imóvel num centro cultural. Um lugar onde a memória da imigração, as nossas raízes históricas, possam ser mantidas vivas e lembradas para as futuras gerações e para nós mesmos. Precisamos de referências identitárias, porque infelizmente, pouco a pouco, sofrendo inúmeros processos de aculturação, estamos esquecendo de muitas coisas que fundamentaram nossos saberes e nossos fazeres, valores que nos fizeram quem somos.
BREVE HISTÓRICO DO CASARÃO
A partir de 1875, com a grande imigração italiana para o Brasil, milhares de italianos aportaram no Brasil. Felice Veronese, natural de Monte Magre, Itália, se estabeleceu em 1882, no Travessão Marcolino Moura, 10ª Légua da Colônia Caxias. Felice além da liderança na região, foi grande produtor de uvas, vinhos, graspa e cachaça, e construiu a partir de 1895, uma casa de pedra, estilo da Idade Média, para servir de residência a sua família. Agrupou no mesmo imóvel, uma pequena vinícola e na parte externa, a exemplo das tradições italianas, uma estrebaria. Foi considerado como um dos mais significativos exemplares arquitetônicos na área da imigração italiana no Rio Grande do Sul, razão pela qual foi tombado no ano de 1986.Em concordância a esse expressivo padrão, o arquiteto e escritor, Júlio Posenato declarou: “Penso que não se pode perder este casarão por vários fatores: tamanho, qualidade construtiva, estrutura do telhado, cozinha incorporada no prédio residencial e beleza, inclusive ornamentação em tijolos nas cimalhas, arco e chaminé.”Além de toda a importância arquitetônica e cultural, destaca-se também pela importância econômica. Foi nessa casa que se criou a primeira pólvora da região e fábrica de foguetes e ainda se deu início aos primeiros passos para a indústria química. Com o crescimento dos filhos, a família transferiu residência para Caxias do Sul, tendo sido o imóvel, posteriormente de propriedade de Libânio Scur e Sétimo Galiotto.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

INICIATIVAS E TRATATIVAS DE RESTAURAÇÃO



1974-1975 – São publicadas as primeiras matérias sobre o Casarão, quando o Rio Grande do Sul começava a preparar as comemorações para o Centenário da Colonização Italiana no estado. Naquela época, o Casarão ainda se apresentava em ótimas condições estruturais, conforme as fotos publicadas pelos jornais O Vindimeiro e Pioneiro.
1980 - Iniciam as tratativas para o tombamento do imóvel. Foram feitos os levantamentos históricos, fotográficos, plantas arquitetônicas, via diversas Universidades, como a UNISINOS, UFRGS e UCS, além de trabalhos acadêmicos.
29/07/1986 – A Associação dos Amigos de Otávio Rocha solicita o tombamento do Casarão, através de ofício encaminhado pelo Município.
27/11/1986 – O casarão é tombado pelo IPHAE do Rio Grande do Sul, pela Portaria nº 44/1986. Foi o primeiro bem tombado pelo Estado na Região Colonial Italiana.
03 a 11 - 1988 - A arquiteta Sandra Barella participou do VI Curso de Especialização em Conservação e Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos na Bahia e trabalha sobre o projeto do Casarão dos Veronese. (Convênio FNPM/SPHAN/UFBA)
O Casarão já começava a apresentar problemas estruturais na cobertura, em função de um raio e infiltração de água.
21/07/1989 -A Universidade de Caxias do Sul em solenidade, entrega oficialmente, na Reitoria, o projeto de Restauração ao Município de Flores da Cunha.
23/07/1989 – Durante a Festa da Colônia de Otávio Rocha realiza-se solenidade de início das obras de restauração. Vieram recursos liberados pelo Governo Pedro Simon, mas como era época de grande inflação, apenas serviram para retirar o telhado, escoramento e a restauração foi abandonada.
No Governo Alceu Collares, houve uma ordem para o Município e o Estado providenciarem um telhado provisório para preservar a construção que estava no relento. A ação foi realizada pela Secretaria da Educação – Delegacia Regional de Caxias (Delegado Regional Sr. Chemello).
24/02/1993 - O Secretário de Turismo de Flores da Cunha, Carlos Raimundo Paviani, encaminha uma correspondência ao Promotor de Flores da Cunha comunicando o deprimente estado de conservação em que se encontrava o Casarão.
Na ocasião, o Ministério Público entra com uma Ação Civil Pública e a Justiça local condena Estado e Município a realizarem a restauração do Casarão. Estes por sua vez, recorrem ao Tribunal de Justiça do Estado.
13/09/1995 - O Tribunal de Justiça do Estado acolhe sentença da Justiça de Flores da Cunha.
2000 – Parecer do relator Ministro Nelson Jobim é acolhido pelo Supremo Tribunal Federal, e é confirmada pela alta corte, a condenação ao Município e ao Estado do Rio Grande do Sul de restaurar o Casarão dos Veronese, nos mesmos moldes arquitetônicos em que se encontrava.
14/06/2000 – Prefeito Heleno Oliboni, tendo em vista decisão do Supremo Tribunal Federal - STF nomeia uma comissão para avaliação do imóvel.
28/05/2001 – O Prefeito Heleno Oliboni declara de utilidade pública, para fins de desapropriação o Casarão e parte de gleba de terra. Decreto Executivo nº 2724. A Prefeitura deposita em Juízo os valores da avaliação. Contrata o arquiteto Evaldo Luiz Schumacher, via licitação pública, para fazer o projeto de restauro.
02/04/2004 - O Prefeito Heleno Oliboni encaminha ao IPHAE o projeto elaborado pelo arquiteto Evaldo Luiz Schumacher.
06/05/2004 - Por parecer desta data, técnicos do IPHAE não aceitam as propostas apresentadas pelo arquiteto Shumacher - que propunha a preservação do mesmo como ruína, e faz uma nova proposta de restauro.
18/05/2006 . O IPHAE aprova a proposta de restauro.
30/06/2006 – O IPHAE acusa que faltam vários documentos para serem encaminhados ao sistema LIC – Lei de Incentivo a Cultura/RS, entre eles os projetos estrutural, drenagem, fundações, SPDA, PPCI, instalações elétrica, Telefonia/Lógica, hidrossanitárias.
2008 – São executados os projetos: estrutural, drenagem, fundações, SPDA, PPCI, instalações elétrica, Telefonia/Lógica e hidrossanitárias.
2009 - São elaborados, pela Associação de Amigos de Otávio Rocha junto a administração municipal do prefeito Ernani Heberle projetos para captação de recursos via Lei de Incentivo à Cultura, do Governo do estado do Rio grande do Sul.